A cultura transforma as mentalidades, mas o poder tem medo das transformações sociais que não sejam ditadas por eles.
Há várias formas de poder, desde o poder político que estabelece as regras da economia, o poder dos usos e costumes que tem resistência á mudança e o poder de mercado que está sujeito a esses poderes.Há ainda o poder da informação (ou desinformação) que condiciona todos os poderes à política do mais forte.
Todos estes poderes funcionam como um garrote à criatividade.
O criador que se exprime através de uma linguagem verbal, ou escrita, ou sonora ou visual, precisa de um veículo para comunicar e romper os usos e costumes para melhorar as mentalidades, cujo veículo está nas mãos dos poderes políticos e dos órgãos de informação.
Quem detém o poder económico manipula o poder político e os órgãos de informação, e, por consequência, as mentalidades. Pescadinha de rabo na boca onde o criador só tem a porta da “marginalidade” (entenda-se como à margem de…) para se exprimir, ou se vender ao mais ofertante.
A Bienal de Cerveira pretendeu desde sempre ser essa porta, contra os que pretendem “institucionaliza-la” ao serviço de “quem dá mais”.
Interrogar-se sobre o papel dos criadores no conceito desta Bienal, que faz 30 anos este ano, poderá ser tema da XV Bienal de Cerveira e tema de debate entre os vários poderes e os que se tem dedicado a desenvolver um novo conceito de valores entre os valores materiais e o conhecimento.
Henrique silva
Abril 2008
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